Novidade: entreposto móvel processa pescado próximo ao produtor
Desenvolvido pelo núcleo Pesca e Aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Engmaq, de Santa Catarina, o entreposto consiste em um contêiner refrigerado de 12 metros de comprimento transportado por uma carreta que realiza o processamento de peixes ao lado das criações (pisciculturas).
O objetivo do entreposto (denominado EMP) é levar aos pequenos piscicultores um serviço de processamento seguro, de acordo com a legislação sanitária e que agregue valor ao produto.
“O EMP atende a uma demanda por frigoríficos com menor custo de implantação”, diz a pesquisadora da Embrapa Patrícia Costa Mochiaro Soares Chicrala, coordenadora do projeto que desenvolveu o EMP.
Segundo ela, “um entreposto tradicional, com capacidade para processar cinco toneladas de tilápias por dia, custa em média R$ 5 milhões para ser implantado, enquanto o EMP, mais simples e compacto, custa um décimo desse valor”.
O equipamento foi projetado com estrutura modular, permitindo que etapas de processamento possam ser adicionadas de acordo com a necessidade de cada produtor e demandas do mercado.
Foto: Jacir Albino
Unicamp: bactérias aumentam a segurança no consumo de queijos artesanais
Uma pesquisa de pós-doutorado feita pela pesquisadora Fernanda Bovo Campagnollo na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade estadual de Campinas (UNICAMP), em Campinas (SP), sob orientação do professor Anderson de Souza Sant’Ana, resultou em uma solução que pode auxiliar os produtores de queijos artesanais a garantir a segurança dos produtos e atender a uma regulamentação federal sobre a maturação de queijos curados.
A pesquisadora conseguiu selecionar cepas ou linhagens (microorganismos) oriundos de bactérias lácticas capazes de inibir o crescimento da bactéria Listeria monocytogenes no queijo minas frescal, além de inativar a bactéria e diminuir o tempo de maturação do queijo curado.
“O uso dessas bactérias lácticas pode contribuir para que os produtores de queijos artesanais comercializem seus produtos com maior segurança e, no caso do queijo curado, com menor tempo de maturação”, diz a pesquisadora.
Foto: Antônio Scarpinetti
Pesquisa da Embrapa mostra que a principal preocupação do pecuarista brasileiro é a gestão de custos
Essa informação foi levantada na maior pesquisa já realizada no país envolvendo a pecuária bovina, a qual reuniu 1.630 entrevistados de 542 municípios diferentes de todos os estados do Brasil.
O trabalho foi realizado por meio de parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal do Pampa, localizada no Rio Grande do Sul; e o Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
No ranking geral do levantamento, realizado entre os meses de abril e maio de 2018, o item custos de produção foi apontado como extremamente prioritário por 57,6% dos participantes, o que revela reocupação com a gestão e organização da propriedade.
“Com esse resultado, o pecuarista demonstra que quer compreender melhor como funciona o seu negócio, o registro de receitas e despesas da propriedade, assim como os indicadores de eficiência econômica, de forma que o ajude a organizar melhor e gerir o estabelecimento rural, obtendo, assim, mais lucratividade de sua atividade”, explica a pesquisadora da Embrapa, Vinícius Lampert.
O questionário englobou 39 perguntas em cinco diferentes áreas do conhecimento: saúde e bem-estar animal; nutrição animal, melhoramento animal; ciência e tecnologia da carne, e gestão e sistemas de produção.
Foto: Stock
Ourofino Saúde Animal desenvolve e lança medicamento inovador para equinos
Trata-se do medicamento Pareun que, segundo a empresa, possui, como princípio ativo, a única amicacina (antimicrobiano completo para equinos) para uso veterinário no Brasil. O produto tem rápida absorção via intramuscular e baixa resistência bacteriana, atendendo às necessidades de cavalos jovens e adultos.
“Pareun é uma solução inovadora, indicada para o tratamento de doenças infecciosas bacterianas em equinos”, diz Thales Vechiato, gerente de produtos da Ourofino Saúde Animal, explicando que o medicamento é eficaz no tratamento das principais afecções: doenças respiratórias, musculoesqueléticas, geniturinárias e gastrointestinais, além de tratar enfermidades de pele”.
O produto, segundo ele, apresenta outra vantagem: pode auxiliar os criadores tanto pela sua formulação quanto pela praticidade, já que, após aberto, ele tem duração de seis meses, sem refrigeração.
Foto: Ouro Fino Saúde Animal
Embrapa: gado criado em sistema integrado com floresta procura menos água
Resultados de pesquisa envolvendo o comportamento de bovinos revelam que animais criados em sistemas integrados com árvores frequentam menos os bebedouros em comparação com aqueles criados em sistemas convencionais, a pleno sol. A redução chega a 19%, de acordo com estudo desenvolvido no núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Trata-se de uma das vantagens de sistemas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que vem sendo adotada gradativamente no país, chegando a quase 12 milhões de hectares.
O estudo constatou que, no período da tarde, 87% dos animais que estavam expostos ao sol foram ao bebedouro. Na área sombreada, esse índice caiu para 63% no mesmo período.
Foto: Rubens Ferreira/Fotodeboi
UFMG: desmame precoce de bezerros da raça Girolando viabiliza criação e venda desses animais
Tendo em vista que o Girolando – resultado do cruzamento entre bovinos das raças Gir e Holandês – é a principal raça leiteira do pais, pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Montes Claros, desenvolveram pesquisa que abre uma nova frente de negócio para o produtor: viabiliza a criação de bezerros machos por meio do desmame precoce. A razão é que frequentemente esses animais são descartados após o nascimento nos criatórios ou vendidos a preços irrisórios.
Na pesquisa, os pesquisadores criaram os bezerros separadamente e os desmamaram precocemente. No sistema tradicional, o bezerro girolando é desmamado pela vaca por volta de oito meses de idade. “No nosso trabalho, o desmame ocorreu gradativamente, com o leite sendo retirado das crias em 60 dias” dizem os professores Eduardo Robson Duarte e Mário Henrique França Mourthé, coordenadores da pesquisa.
Na alimentação dos animais, foram testados a silagem de sorgo (alimento preparado e conservado em silo) e concentrado (mistura de minerais e vitaminas), produtos frequentemente utilizados nos criatório leiteiros do país.
O grupo de pesquisadores constatou que, apesar do desmame precoce, os bezerros conseguiram se desenvolver bem e com saúde.
“Os bezerros apresentaram bom ganho de peso, e isso é muito interessante para o produtor, pois viabiliza a venda dos animais com bons preços”, afirmam os pesquisadores.
Foto: Com os professores Eduardo Duarte (à esquerda) e Mário Mourthé, a aluna Iara Reis, do curso de Zootecnia da UFMG, faz o aleitamento artificial de bezerro da raça Girolando. Créditos da foto: Arquivo da pesquisa.
ITAL realiza estudo inédito para identificar presença de micróbios em mortadelas sob temperatura ambiente
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, por meio do Centro de Tecnologia de Carnes do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), está realizando um estudo por solicitação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) com o objetivo de estabelecer um protocolo que permita evidenciar a segurança microbiológica de mortadelas comercializadas em temperatura ambiente no Brasil, diferenciando produtos seguros de não seguros para esta forma de comercialização.
Os resultados, segundo os pesquisadores, permitirão avaliar o efeito da atividade de água e do teor de nitrito adicionado, permitindo estabelecer limites desses parâmetros de formulação, subsidiando o Ministério da Agricultura (MAPA) no estabelecimento de um protocolo para que a mortadela comercializada à temperatura ambiente ocorra de forma segura sob o aspecto microbiológico.
De acordo com o secretário da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, este estudo é de grande interesse da sociedade, incluindo não só os consumidores, mas também o segmento produtivo que disponibiliza essa categoria de produtos em grandes volumes em todas as regiões do país.
Foto: Divulgação
Pesquisadores da Embrapa desenvolvem mamona sem toxidade capaz de alimentar animais
Pesquisadores do núcleo Recursos Genéticos e Biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conseguiram resolver um dos maiores desafios para o uso da mamona (Ricinus communisL.) na alimentação animal. Eles desenvolveram uma mamona sem ricina, uma das substâncias mais tóxicas conhecidas que chega a ser citada na Convenção Internacional para Proibição de Armas Químicas.
Proteína presente na semente da planta, a ricina inviabiliza o uso da torta de mamona, subproduto do processamento do óleo de mamona, na alimentação animal.
Na pesquisa, coordenada pela equipe do pesquisador Francisco Aragão, foram geradas mamoneiras sem a presença de ricina por meio de silenciamento gênico, técnica que permite “desligar” genes específicos.
O teor de óleo na semente de mamona varia de 40% a 43%. Após a extração do óleo, a torta resultante é utilizada como fertilizante orgânico, com baixo valor no mercado. A torta de mamona sem ricina poderá ser utilizada na formulação de rações animais, elevando, assim, o seu valor de mercado.
Foto: Coube a Aragão a tarefa de coordenar as pesquisas sobre a mamona sem ricina. Crédito da foto: Claudio Bezerra.
Programa de computador permite acompanhar o crescimento e reprodução do rebanho bovino leiteiro
O aplicativo, desenvolvido pelo núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), permite acompanhar o crescimento e o peso das novilhas e bezerras com maior facilidade e eficiência.
O novo recurso permite que o produtor gerencie os animais de recria, indicando se as bezerras e as novilhas estão abaixo ou acima do peso ideal desde o dia do nascimento até chegar à fase reprodutiva.
No aplicativo, os bovinos são apresentados na tela por cores e formatos padronizados, sinalizando a situação de crescimento dos animais. Com isso, o sistema informa se estão com o peso ideal para a cobertura de acordo com as tabelas padronizadas para rebanhos de pequeno, médio e grande porte das raças.
“O principal benefício do aplicativo é possibilitar a ação do produtor na manutenção do peso ideal das bezerras para assegurar que a reprodução ocorra na hora certa e que haja lucro com a atividade leiteira” diz André Novo, chefe de Transferência de Tecnologia do núcleo Pecuária Sudeste da Embrapa.
Foto: Gisele Rosso.
Unicamp: pesquisadora cria salame italiano com menos sal de cozinha
Tendo em vista que o salame italiano é um dos produtos embutidos mais salgados e que pode fazer mal à saúde, causando doenças cardiovasculares, a farmacêutica Bibiana Alves dos Santos, em tese de doutorado defendida na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em São Paulo, criou um salame com menor quantidade do sal utilizado na cozinha, o cloreto de sódio (NaCl). Na pesquisa, ela reduziu em média 42% do cloreto de sódio.
A pesquisadora utilizou o cloreto de potássio (KCl) no lugar de 50% do cloreto de sódio (NaCl), não causando prejuízos à qualidade físico-química, microbiológica, bioquímica e no sabor do produto. O salame produzido com 50% de redução de NaCl e 50% de KCl manteve características similares ao produto tradicional.
“O mais importante”, diz Bibiana, “é que o salame com menor teor de sal foi bem-aceito pelos consumidores que participaram dos experimentos”.
Com sua tese, na qual estudou o salame do tipo italiano, por ser o mais consumido no Brasil. a farmacêutica obteve o titulo de Doutora em Engenharia de Alimentos na UNICAMP.
Foto: Luigi Rosas.
Embrapa aperfeiçoa e recomenda uso de cocho do tipo trenó para alimentação de bovinos
Na época de seca é comum os produtores rurais utilizarem suplementação (reforço) alimentar para compensar a deficiência nas pastagens. Para isso, a propriedade deve dispor de cochos. Em vista disso, o núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) aperfeiçoou o cocho móvel, tipo trenó, e passou a recomendar seu uso por parte dos criadores de gado.
O cocho, de acordo com o pesquisador André Pedroso, é uma alternativa mais resistente do que os cochos convencionais, feitos em madeira. Os convencionais geralmente apresentam baixa durabilidade, pois ficam em contato com esterco e urina acumulados ao seu redor.
O cocho tipo trenó é de fácil movimentação e facilita o manejo, em relação aos cochos de alvenaria, pois elimina a necessidade de retirada e transporte do esterco. É construído com pranchões de quatro centímetros de espessura, sobre duas vigotas que funcionam como esquis. Pode ser deslocado com um trator ou por um animal de tração.
Foto: Gisele Rosso.
Universidade Federal de Goiás desenvolve projeto inédito no país sobre derivados lácteos funcionais
O projeto, em desenvolvimento no Centro de Pesquisa em Alimentos da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG), tem por base o soro lácteo, resíduo proveniente da fabricação do queijo, o leitelho, resíduo obtido após o processamento da manteiga e frutas do Cerrado. Esses componentes passaram a ser aproveitados na produção de alimentos funcionais, que têm efeitos benéficos nos sistemas nervoso, gastrointestinal e cardiovascular, além de suas funções nutricionais básicas.
O trabalho envolve médicos veterinários, zootecnistas, engenheiros agrônomos e engenheiros de alimentos e, nele, já foram desenvolvidos produtos inovadores, como a bebida láctea fermentada saborizada com polpa de araticum e bebida láctea fermentada acrescida de leitelho e saborizada com cagaita. Os frutos do Cerrado escolhidos pelos pesquisadores não servem apenas para saborizar os produtos. Eles apresentam rico valor nutricional e funcional.
O projeto da UFG foi abordado no último Seminário de Responsabilidade Técnica com o tema Indústria Láctea, no Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO).
Foto: (CRMV-GO).
Embrapa: vacas produzem quase 20% a mais de embriões em áreas sombreadas
Essa foi a conclusão de um estudo realizado no núcleo sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) que reuniu vacas em áreas sombreadas dentro de um programa chamado por aquela empresa de ILPF (sistema integrado de produção), envolvendo lavoura, pecuária e floresta.
O estudo comparou o desempenho de vacas a pleno sol com as que tiveram acesso à sombra em projeto que avaliou o conforto térmico e a eficiência reprodutiva dos animais.
O trabalho mostrou que as vacas a pleno sol apresentaram uma taxa de produção de embriões de 36%. Já as vacas em área sombreada tiveram um incremento nessa taxa, que chegou a 43%. Esse aumento de sete pontos percentuais equivale a quase 20%.
“A produção de embriões foi usada como medida da eficiência reprodutiva”, diz o estudo, ressaltando: “os resultados mostraram que o microclima mais favorável observado no sistema ILPF, com menor incidência de radiação solar sobre os animais, contribuiu para o aumento na produção de embriões”.
Foto: Gisele Rosso.
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) cria um novo sistema de rastreabilidade de bovinos totalmente automatizado
O sistema permite o completo monitoramento do gado, desde o nascimento até o desligamento do brinco eletrônico, quando ele vai para abate, no frigorífico. Os dados armazenados permitem oferecer transparência aos países importadores da carne brasileira, podendo ser facilmente acessados por computador ou por aparelho celular.
“A vantagem econômica que o novo sistema traz ao produtor é enorme”, diz Paulo Vicente Costa. coordenador dos Protocolos de Rastreabilidade da CNA, explicando que “ele permite melhor preço na venda dos animais, pois atende a compradores com exigências específicas, disposto a pagar mais para ter o produto de acordo com suas necessidades”.
– O novo sistema vai permitir o atendimento dos vários tipos de demanda, já que pode separar produtores brasileiros que realizam manejos diferentes, identificando, assim, os rebanhos aptos a satisfazer cada comprador – esclarece Paulo Costa.
Foto: CNA. No sistema, os animais são identificados por meio de brincos eletrônicos colocados em suas orelhas.
Avicultura: Embrapa aprova técnica que previne disseminação de doenças causadas por vírus em frangos criados em aviários
A técnica, aprovada por pesquisadores do núcleo Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), torna inativos os vírus presentes na chamada cama de frango do aviário (local onde os animais circulam e dormem), permitindo que a cama seja reutilizada pelos produtores.
Para isso, segundo os pesquisadores, adotou-se um procedimento, chamado de fermentação plana, o qual se mostrou eficiente na inativação dos microrganismos.
O processo, que consiste na umidificação da cama e cobertura com lona impermeável para impedir a troca de gases com o ambiente, é um método de tratamento genuinamente nacional. “Ele foi inventado por avicultores brasileiros e ainda é pouco conhecido em outros países”, diz a pesquisadora Clarissa Vaz.
Técnica permite a reutilização da cama por parte dos produtores
Foto: Embrapa
Técnica testada na Universidade Federal de Santa Catarina “silencia” (torna inativo) vírus da mancha branca que afeta camarões
Essa conquista é fruto de uma tese de mestrado da engenheira de aquicultura Cristhiane Guertler defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para chegar ao resultado, a pesquisadora fez uso de um processo que utiliza a técnica do RNA de interferência para ativar a defesa dos camarões, “silenciando” o vírus da doença.
O RNA de interferência é uma das defesas naturais do sistema imunológico de todas plantas e animais.
Na dissertação de mestrado de Cristhiane, foram testados 300 camarões e os resultados comprovaram os benefícios da técnica: 70% sobreviveram e, desses, 80% não apresentaram mais o vírus. A mancha-branca deixa a carapaça do camarão esbranquiçada e mata o crustáceo em poucos dias.
Foto: Divulgação
Novidade: APTA desenvolve produto natural para substituir antibióticos utilizados em gado de corte
Pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, desenvolveram um produto natural inédito (primeiro do Brasil) para substituir os antibióticos tradicionais na alimentação de bovinos.
Trata-se, segundo a APTA, de um antibiótico com anticorpos policlonais (formados na gema do ovo das galinhas durante o processo de imunização das aves) e dotado de propriedades equilibradoras da flora do aparelho digestivo de bovinos, garantindo maior ganho de peso dos animais.
Desenvolvido para ser adicionado à ração do gado, o produto (já patenteado) tem a mesma função dos antibióticos tradicionais, mas com a diferença de ter efeito específico contra bactérias indesejáveis (nocivas à saúde dos bovinos), que inibem o ganho de peso do gado. Além disso, ao contrário daqueles medicamentos, o antibiótico natural não inibe o crescimento de bactérias gram-positivas (benéficas aos animais).
Dentro desse quadro, os pesquisadores da APTA chamam atenção para o fato de que os antibióticos convencionais vêm sendo proibidos em vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos devido ao surgimento das chamadas superbactérias (resistentes aos antibióticos).
Foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo
Universidade Federal de Viçosa-UFV(MG) cria vacina contra Circovirose (doença que ataca suínos) e causa prejuízos aos produtores
A vacina, criada pela primeira vez no Brasil por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, é fruto de mais de 15 anos de estudos. Ela tem por fim imunizar suínos contra o vírus PCV2 da circovirose. Esse vírus ataca criatórios em todo o mundo, causando definhamento dos leitões (a mortalidade geralmente fica entre 3% a 10%) e prejuízos aos produtores.
“Até agora, as vacinas disponíveis no Brasil para prevenção das infecções causadas pela circovirose são importadas”, informam os pesquisadores, acrescentando que para chegar à nova vacina testaram o produto em camundongos e suínos naturalmente infectados e os resultados mostraram que a vacina tem eficiência superior às importadas disponíveis no mercado brasileiro.
Depois de testada, a tecnologia da vacina foi apresentada a diversas empresas especializadas em sanidade animal no Brasil. A Ourofino Saúde Animal Ltda. apresentou a melhor proposta para a UFV e vem realizando as adaptações para produção em escala industrial.
Foto: Universidade Federal de Viçosa
Engenharia agrícola: Embrapa desenvolve misturador de rações para suínos e aves
Desenvolvido pelo núcleo Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceira com a empresa Bergamini Industrial, localizada em Concórdia (SC), o equipamento destina-se a produtores de suínos e aves (frango de corte e galinha poedeira).
O misturador, considerado pelos pesquisadores do núcleo ideal para pequenas fábricas de ração, é indicado para ração seca, ração com adição de líquido, silagem de grão úmido de milho e sal mineral. A grande vantagem do equipamento é que ele proporciona menor tempo de mistura e melhor qualidade na mistura.
Foto: núcleo Suínos e Aves da Embrapa
Novidade: planta (botão de ouro) reduz consumo de ração de vaca leiteira sem alterar a produção do animal
Pesquisadores da Universidade Federal de São João Del-Rey (UFSJ), em Minas Gerais, passaram a buscar novas fontes de alimentação para o gado leiteiro mais econômicas e selecionaram uma planta que reduz o consumo de ração de vacas sem alterar a produção e composição do leite produzido por elas. Trata-se do botão de ouro (de nome científico Tithonia diversifolia), ainda pouco explorada no Brasil, mas já cultivada em outros países, entre eles Colômbia, México e Argentina, como fonte de alimentação animal.
Uma vez selecionada a planta, uma equipe de pesquisa da UFSJ, coordenada pelo professor Rogério Martins Maurício, coletou exemplares da espécie em regiões de Minas Gerais e instalaram um experimento com plantio do botão de ouro para uso na alimentação de vacas leiteiras.
No experimento, os pesquisadores foram retirando gradativamente a ração – parte mais cara da dieta das vacas – e acrescentando o botão de ouro e aplanta foi capaz de reduzir em 11% o uso da ração sem alterar a produção das vacas(média de 22 litros/dia). Além disso, apresentou outra vantagem: alto teor de proteína: 15%. Esse nutriente é o que mais encarece a ração e que mais contribui para o aumento da produtividade das vacas.
“Assim, diz o professor Rogério, uso do botão de ouro, além de ser bem aceito pelos animais, contribui não somente para reduzir custos para a produção do leite, mas também para enriquecer as opções de forrageiras ao pecuarista mineiro”.
Foto: Rogerio Martins Mauricio/Arquivo Pessoal