Embrapa desenvolve técnica de produção de embriões bovinos que dispensa uso de laboratório
O núcleo Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu uma técnica inovadora capaz de produzir embriões bovinos in vitro dentro da propriedade rural sem a necessidade de laboratório. Chamada de TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos), a técnica dispensa também o uso de hormônios e já permitiu ao núcleo obter os primeiros bezerros (foto).
Trata-se de uma biotécnica com grande potencial de aceitação pelo mercado agropecuário, já que apresenta todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV), com um benefício a mais: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade da FIV, ou seja, em torno de um bezerro por semana a partir de uma única vaca doadora sem precisar sair da sua fazenda.
A FIV é hoje a biotécnica mais utilizada no melhoramento genético animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma vaca em menos tempo. Para se ter uma ideia da potencialidade das biotécnicas reprodutivas de maior Impacto utilizadas hoje na pecuária brasileira, pode-se estimar que a inseminação artificial (IA) permite a obtenção de um bezerro por ano; a transferência clássica de embriões (TE), um por mês. enquanto a FIV é capaz de produzir um bezerro por semana.
Na foto (de Cláudio Bezerra), bezerros obtidos com a nova técnica
Universidade Federal do Piauí (UFPI) desenvolve máquina para industrialização de peixes
O equipamento é resultado de uma parceria entre o grupo de Estudos Avançados em Processos Industriais e o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Processamento de Alimentos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O equipamento utiliza a técnica de amassamento para a filetagem de peixes (processo de produção de filéis) e aproveita aproximadamente 50% do animal para a fabricação de produtos comestíveis para seres humanos, tornando possível, ainda, o aproveitamento de ossos e cartilagens.
“Após a filetagem, a máquina possibilita o aproveitamento da carcaça do peixe, que tem potencial nutritivo e quase sempre é desperdiçada na indústria”, diz o pesquisador Rafael Gomes Abreu Bacelar. E acrescenta:
“A máquina serve para agregar valor a esse material que não seria aproveitado e pode ser utilizado na forma de silagem (alimento conservado em recipiente fechado) para alimentação animal, ou na forma de farinha para preparo de produtos, tais como bolo e almôndegas, entre outros”.
De acordo com Rafael, “para o desenvolvimento da máquina que, no mercado, custa em torno de 50 mil reais, a UFPI tornou possível sua fabricação com um orçamento de cerca de 15 mil reais”.
Foto: Universidade Federal do Piauí
Estudo da Embrapa revela que os peixes tambaqui e Surubim possuem ômega 3, nutriente benéfico à saúde
A descoberta do nutriente, encontrado nas vísceras do tambaqui (foto) e do surubim (peixes nativos do Brasil), é fruto de estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) através dos núcleos Pesca e Aquicultura, Agropecuária Oeste e Agroindústria de Alimentos.
Tendo em vista que as vísceras dos dois peixes geralmente são utilizadas pela indústria do pescado na produção de suplemento para ração animal, os pesquisadores são de opinião que a descoberta abre a possibilidade para um novo uso daqueles resíduos: produção de cápsulas de ômega 3, espécie de gordura benéfica à saúde.
“O ômega 3 das vísceras do tambaqui e do surubim é uma boa notícia para a cadeia produtiva desses peixes”, diz Leandro Kanamaru Franco de Lima, pesquisador do núcleo Pesca e Aquicultura da Embrapa. Para ele, as vísceras são uma matéria-prima nobre que precisa ser melhor aproveitada, gerando produtos de maior valor agregado.
Foto: Pixabay
ABCZ: Brasil tem nova raça de gado de sangue zebu: Punganur
A lista de raças registradas pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) ganhou uma nova categoria de bovino: a raça Punganur. A ABCZ é responsável pelo registro genealógico das raças zebuínas do país (originárias da Índia), entre elas Nelore, Gir e Guzerá e da maioria dos animais oriundos dos cruzamentos dessas raças.
Segundo a ABCZ, os animais da raça Punganur são conhecidos por terem a pelagem, formato de cabeça e rusticidade muito parecidos com os de outras raças zebuínas já difundidas e criadas no Brasil. Mas se difere no porte físico: mesmo depois de adultos, normalmente, não passam de um metro de altura.
O registro da raça, com o objetivo de preservação, foi aprovado pelo Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ e autorizado oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
De acordo com estimativa da ABCZ, 80% do rebanho bovino do Brasil é composto por animais zebu puros ou com sangue de zebu.
Na foto (ABCZ/Divulgação), exemplares da nova raça
Madeiras de árvores de reflorestamento podem ser alternativas na produção de bacon (derivado de suíno)
Essa foi a conclusão a que chegou a pesquisadora Izabella Soletti (mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos) em estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ligada à Universidade de São Paulo (USP).
Como a defumação tradicional do bacon é feita com a queima de madeiras, Izabella empregou em seu estudo produtos de árvores de reflorestamento (acácia bracatinga e eucalipto) no processo de defumação e obteve um tipo de bacon que que não se diferencia das características do tradicional em crocância, suculência e sabor.
O resultado alcançado por Izabella em seu trabalho foi obtido dentro de um projeto que teve por fim, entre outros objetivos, reduzir impactos ambientais da produção de bacon defumado e contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Carne de bovinos criados livres nos Pampas é mais saudável do ponto de vista nutricional
A carne de bois criados livres nos Pampas – região campestre que envolve Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina – é mais saudável do ponto de vista nutricional, de acordo com um estudo da Embrapa Pecuária Sul. Além de nutrientes como ferro e vitaminas do complexo B, a proteína desses animais apresenta maiores teores de Ômega 3 quando comparada à fornecida pelo gado criado em confinamento.
“No Pampa, a alimentação dos animais, composta em sua maior parte pela rica variedade dos pastos naturais, dá origem a um produto com perfil de gordura mais saudável, já que possui alto teor de ômega 3”, explica a pesquisadora Élen Nalério, que coordenou a pesquisa.
O Ômega 3 é um tipo de gordura essencial à saúde humana, que não é produzida pelo organismo, e por isso tem que ser obtida em alimentos ou suplementos específicos. No caso de bovinos, quando eles são alimentados com dietas baseadas em pastagens, fornecem carnes com maior teor de ácidos graxos do tipo ômega 3.
A carne produzida no Pampa é diferenciada por vários motivos. Um deles é que a alimentação do gado nos campos nativos forma um tipo de gordura com melhor qualidade nutricional, que é uma característica que tem despertado grande interesse do público.
“Trata-se de um diferencial importante que pode e deve ser trabalhado como oportunidade de valorização no mercado”, diz a coordenadora da pesquisa.
Piscicultura: Embrapa faz parceria para desenvolver ração específica para o pirarucu
O núcleo Pesca e Aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (Embrapa) vai desenvolver uma ração específica para pirarucu por meio da uma parceria com a empresa Peixes da Amazônia, do Acre. Atualmente as rações disponíveis são baseadas em fórmulas destinadas a outras espécies carnívoras.
A expectativa é de que, com uma formulação específica para o pirarucu, ele tenha um melhor desenvolvimento.
“Estão envolvidos nessa parceria a empresa, que é uma sociedade anônima com 21 sócios (incluindo piscicultores) e o governo do Acre, diz Alexandre Aires de Freitas, chefe geral interino do núcleo, localizado em Palmas, no estado do Tocantins.
O papel da Embrapa, na parceria, será oferecer o know how (tecnologia) para validação do produto, uma vez que ela dispõe de dados sobre digestibilidade e exigência de aminoácidos essenciais do pirarucu. Caberá à Peixes da Amazônia a produção do alimento em escala industrial.
Bovinos: pesquisa da UFLA comprova que alimento feito com espiga de milho (silagem) nutre mais e estimula mastigação dos animais
Pesquisa do Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, comprovou os benefícios de uma nova técnica utilizada para alimentar gado de corte e de leite no país: a silagem de espiga de milho. Testes mostraram que a alternativa garante uma dieta rica em fibras e estimula a mastigação dos animais. Com o procedimento, o resíduo da palha do milho ainda prepara o solo para plantio.
Os criadores já investem na plantação de milho para a produção de silagem (alimento fermentado à base de milho). Mas, se antes era usado planta inteira, grãos úmidos ou reconstituídos, o diferencial da nova tecnologia está na extração da espiga de milho por uma plataforma despigadora adaptada à máquina colhedora de milho.
Segundo o professor do DZO, Thiago Bernardes, que estuda o processo há oito meses, a silagem de espigas garante uma ração que, além dos grãos, inclui palhas e sabugo. O composto aumenta a concentração de fibra na dieta dos ruminantes. “Hoje, a pecuária intensiva (dotada de técnicas avançadas de criação) tem utilizado alimentos que não promovem a mastigação do animal. Então, a composição proposta pela pesquisa da UFLA pode suprir essa necessidade”, recomenda.
A pesquisa foi desenvolvida durante três anos e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais.
Embrapa: suplementos granulados usados na alimentação de bovinos sofrem menos perdas e são mais econômicos
Pesquisadores do núcleo Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) testaram, durante dois períodos de chuvas, alternativas para diminuir as perdas na suplementação mineral de bovinos. Os resultados mostram que a suplementação aglomerada, em mínimos grânulos, oferece menor empedramento e perdas nas chuvas, em até 16%, em comparação ao alimento em pó, comercializado pela maioria das empresas de nutrição animal.
“As perdas com vento e chuvas são grandes, considerando que a maior parte dos cochos no Brasil são descobertos”, diz o nutricionista da Embrapa Rodrigo da Costa Gomes. Ele explica que essas perdas provocam um desbalanço de elementos da dieta, pois o suplemento é formado por uma mistura de vários elementos minerais, como cálcio, fósforo, sódio, enxofre, manganês, zinco, cobre, selênio e outros.
“A suplementação tem um custo para o produtor. Se essa tecnologia reduzir perdas, ele ganha”, esclarece Gomes.
Os estudos mostram também ganhos de peso semelhantes entre os animais que receberam o suplemento em pó ou aglomerado. Dessa forma, o benefício da versão granulada vem com o menor uso de suplemento mineral, o que gera economia.
A quantidade de suplemento utilizado foi maior para o alimento em pó quando comparado ao aglomerado, enquanto que o peso ganho foi o mesmo nos dois tratamentos.
Novidade: surge em Minas Gerais refrigerante elaborado com soro de vaca
Desenvolvido depois de três anos de pesquisa no Instituto Cândido Tostes, órgão ligado à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), o novo refrigerante, é gaseificado, tem o sabor de laranja e pode durar até 90 dias sob temperatura ambiente ou refrigeração sem alteração das proteínas, minerais e vitaminas do leite, diz o coordenador da pesquisa que resultou no produto, Junior de Paula (esq).
Para se chegar ao refrigerante foram testados durante 60 dias por 50 provadores sabores de diversas frutas, entre elas laranja, pêssego, tangerina, kiwi e limão. O que teve mais aceitação, conforme Junior, foi o de laranja. Segundo ele, “a bebida não lembra em nada os sabores dos produtos feitos à base de leite e derivados”.
A proposta de desenvolvimento do refrigerante surgiu como forma de reaproveitar o soro de leite, um resíduo da fabricação de derivados de leite. A partir daí, os pesquisadores começaram a buscar uma alternativa para reaproveitar esse resíduo e conseguiram desenvolver um refrigerante de baixo custo e com um processo fácil de implementar por parte de pequenas indústrias.
Embrapa: suplemento alimentar reduz perdas de caprinos e ovinos (peso, carne e leite) no Semiárido brasileiro
A irregularidade na distribuição de chuvas no Semiárido brasileiro, além de limitar a água para consumo de animais, traz outro fator que pode provocar impacto negativo em rebanhos para produção. A pastagem nos períodos secos apresenta deficiências como a redução dos teores de proteínas e aumento no conteúdo de fibra de baixa qualidade na alimentação animal. Em virtude disso, há mais demora na digestão e redução do consumo de outros alimentos, resultando em perda de peso e de produtividade nos rebanhos.
Para enfrentar esse problema, a Embrapa desenvolveu uma mistura de alimentos que, uma vez usada pelos criadores, reduz os prejuízos deles com perda de peso e queda na produção de carne e leite.
Composta por ingredientes que garantem fontes de energia e proteína, além do sal comum e suplementos minerais balanceados, a mistura múltipla tem o objetivo de corrigir deficiências da forragem (alimento) disponível no período seco, permitindo que os animais possam ingerir maior quantidade de pastagem seca diariamente. Com seu uso adequado, a perspectiva é de que a produtividade de animais de corte ou leiteiros seja mais regular durante o ano.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cria vacina contra vaccínia bovina que ataca gado leiteiro
O novo medicamento demonstrou 100% de eficácia nos testes com bovinos e já foi patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A vacina, de acordo com pesquisadores da UFMG, “permitirá o controle/erradicação” da doença, que se caracteriza como uma zoonose, pois afeta animais e ordenhadores (tiradores de leite de vacas).
A vaccínia bovina é de grande incidência no Brasil, principalmente em Minas Gerais, principal produtor de leite do país. Entre as características mais comuns da doença estão lesões ulcerativas que, nos bovinos, ocorrem, na maioria dos casos, nas tetas das vacas e úbere, e no focinho, boca e gengiva dos bezerros. Em humanos, as lesões ocorrem, principalmente, na mão, podendo passar para o antebraço e o rosto.
Os impactos socioeconômicos causados pela doença são consideráveis e estão associados à queda de produção do leite pelo gado infectado – chega a 80% – e pelo afastamento do ordenhador do trabalho por mais de uma semana. As pequenas propriedades são as mais atingidas pela doença, sobretudo as que praticam a ordenha com mão-de-obra familiar.
Embrapa e Universidade de Santa Maria (UFSM-RS) criam vacina contra pitiose equina
O principal objetivo do desenvolvimento da vacina foi o de gerar uma estratégia alternativa para o controle da doença, eliminando as graves sequelas do tratamento cirúrgico e agregando valor ao animal afetado.
A pitiose, doença causada por um fungo, provoca um quadro infeccioso na pele e na região subcutânea dos equinos. A doença se desenvolve em locais alagadiços, especialmente nas regiões de clima tropical ou subtropical. O Pantanal brasileiro é considerado o local de maior ocorrência de pitiose do mundo, mas a doença já foi verificada em todas as regiões do país.
Os relatos sobre “feridas incuráveis” que afetavam frequentemente os cavalos no Pantanal são antigos; inicialmente eram tratados como uma enfermidade parasitária denominada habronemose cutânea.
As pesquisas realizadas pela Embrapa e a UFSM revelaram que essas feridas eram, na realidade, resultantes da infecção por um “fungo” identificado como Pythium insidiosum e se tratava de pitiose. A criação de uma alternativa terapêutica para o tratamento da pitiose equina foi fundamental para erradicação dessa enfermidade.
O cavalo tem grande importância econômica e social no Pantanal, sendo imprescindível na lida diária com o gado e no transporte das boiadas, além de ser um importante meio de locomoção da população regional.
Agroceres Multimix cria produto que faz matriz de suíno produzir mais leite para os leitões
O novo produto (Flavolac), já lançado no mercado, foi desenvolvido pelo setor de pesquisas da Agroceres Multimix, empresa que atua no Brasil há 40 anos no setor de nutrição animal.
“O Flavolac veio para resolver alguns problemas gerados às matrizes durante a lactação, além de aumentar o peso dos leitões na saída da maternidade”, diz o gerente nacional de suínos da empresa, Edmo Carvalho e acrescenta:
“Com o Flavolac, a matriz sofre menos desgaste e se recupera mais rápido para voltar ao ciclo reprodutivo o quanto antes. Além disso, a leitegada também é beneficiada, pois a matriz, ao produzir mais leite, contribui com um ganho de cerca de meio quilo a mais para cada leitão”.
As pesquisas foram coordenadas pela equipe técnica da Agroceres Multimix, em centros de pesquisa e granjas comerciais, contando com a avaliação de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“Nossa proposta vem ao encontro à suinocultura moderna que, através dos aprimoramentos genéticos, exige cada vez mais desempenho dos animais”, explica Carvalho.
Pesquisa da Embrapa comprova extensa diversidade genética do cavalo Pantaneiro
Uma análise de pedigree realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Brasileira (Embrapa) em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP) revelou que a raça possui uma grande diversidade genética quando comparada com outras raças do país.
De acordo com o pesquisador Samuel Paiva, do núcleo Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa, a equipe avaliou por três anos os dados de pai, mãe e prole de cavalos registrados na Associação desde sua criação até 2009 para chegar a essa conclusão.
Com a análise de pedigree feita em mais de 11 mil animais, Paiva garante que o cavalo Pantaneiro possui baixos graus de consanguinidade, de forma geral. Segundo ele, os estudos identificaram 11 “famílias” dentro da ampla variabilidade genética verificada na raça.
Engenharia agrícola: Embrapa desenvolve abrigo móvel para bezerros em fase de aleitamento
O abrigo, que recebeu o nome de casinha tropical, foi desenvolvido por pesquisadores do núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Destinada a criatórios de gado leiteiro, a instalação atende às condições básicas para o alojamento eficiente de bezerros em fase de aleitamento, levando em consideração as características do clima tropical do nosso país.
A casinha possui estrutura em madeira, com suporte para balde de água, comedouro e fenil (recipiente para feno) e não dispõe de paredes laterais, favorecendo a ventilação e o controle da umidade. Além disso, ela é leve e deve ser mudada frequentemente de local, impedindo a concentração de fezes e urina, sem a necessidade de uso de cama ou estrado.
Novidade: criado na UFLA iogurte adoçado com produto extraído de uma planta conhecida como estévia
O iogurte resulta de pesquisa realizada por Michele Ribeiro, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais.
“Visando atender à demanda de consumidores por produtos naturais, desenvolvemos uma formulação de estévia para substituir a sacarose (açúcar comum) e a sucralose (adoçante artificial), mantendo adequadamente o sabor do iogurte”, explica Michele.
O novo iogurte se caracteriza pela doçura, acidez, cremosidade e sabor próprio do iogurte semelhante aos convencionais que possuem açúcar na receita; e, ainda, semelhante à sucralose, adoçante artificial muito usado pelas indústrias de alimentos.
Segundo a coordenadora do estudo e professora de análise sensorial do Departamento de Ciência dos Alimentos da UFLA, Ana Carla Marques Pinheiro, o trabalho apresenta novas possibilidades para a indústria de alimentos. “É possível”, diz, “desenvolver novos estudos semelhantes para obter formulações de estévia para qualquer tipo de alimento, como sucos e recheios de biscoito”.
A estévia (cujo nome científico é stevia rebaudiana) é originária da América do Sul, na serra de Amambai (Mato Grosso do Sul), região limítrofe entre o Brasil e o Paraguai.
Caprino: bactérias causadoras da mastite (inflamação nas tetas da fêmea) resistem à ação dos antibióticos mais usados contra a doença
A constatação é de um estudo do núcleo Caprinos e Ovinos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no qual testes com bactérias isolados mostraram, em alguns casos, resistência de até 100% para alguns medicamentos, o que pode ser causado pela aplicação indiscriminada dos antibióticos.
“Essa resistência pode estar associada à administração indiscriminada de antibióticos, sem a prescrição de um médico veterinário, proporcionando com isso a resistência a drogas antibacterianas”, alerta a médica-veterinária Viviane de Souza, pesquisadora da Embrapa e integrante da equipe que conduziu os testes com o rebanho.
Ela acredita que o êxito na terapia das mastites vem sendo prejudicado pelo crescente número de cepas (linhagens) resistentes de bactérias. No estudo, foram isoladas cepas da bactéria Staphylococcus aureus, uma das principais causadoras da mastite, obtidas a partir de 160 amostras de leite de cabras com mastite subclínica, que é a manifestação da doença com alterações na composição do leite.
UFLA: nova técnica torna mais eficiente a inseminação artificial de bovinos e aumenta a taxa de prenhez da vaca
A inseminação artificial é uma biotecnologia importante para melhorar o desempenho da pecuária. No Brasil, mais de oito milhões de vacas são inseminadas ao ano, ou seja, ficam prenhas a partir da introdução de sêmen congelado de touro na vagina da fêmea.
Visando aumentar a eficiência reprodutiva dos rebanhos bovinos, pesquisadores do Departamento de Medicina Veterinária (DMV) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, conseguiram, em estudo realizado no DMV, encurtar para 22 dias o intervalo da inseminação artificial em tempo fixo (IATF), o que permite aumentar a taxa de prenhez da vaca. Até então, o prazo do intervalo era de 40 dias. .
A IATF é o método mais utilizado para facilitar o manejo do gado nas últimas décadas, porque elimina a necessidade de monitorar o cio da vaca. O método usa hormônios que induzem a ovulação da vaca e permitem a inseminação em dia programado. Ele permite inseminar um grande número de fêmeas em um mesmo dia, sem a observação de cio.
O estudo, coordenado pelo professor do DVM José Nélio de Souza Sales, conquistou recentemente o prêmio de melhor trabalho na área aplicada durante a XXXII Reunião da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, principal congresso internacional de reprodução animal realizado no Brasil.
APTA cria máquina manual que facilita limpeza de lambari e permite ao produtor vender o peixe com mais rapidez
A limpeza manual de um lambari é bem difícil e demorada, mas agora ela ficou mais fácil graças a uma máquina manual desenvolvida na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.
Criada pelo pesquisador Fábio Sussel da APTA, a máquina foi projetada para limpar 18 quilos de lambari em menos de 10 minutos, possibilitando que o produtor aumente as vendas da espécie e, consequentemente, o seu lucro. “Manualmente, uma pessoa limpa no máximo 20 quilos de peixe por dia, uma diferença gigantesca diante da capacidade da máquina” diz Sussel, garantindo que o equipamento pode limpar 250 quilos de lambari por dia.
“O equipamento vem pra se tornar uma nova opção para os produtores, principalmente da agricultura familiar, já que o lambari é uma espécie de pequeno porte que precisa de pequenas áreas de produção, diferentes das espécies tradicionais de grande porte”, diz o pesquisador.