Ciência e Tecnologia

Por Adeildo Lopes Cavalcante

Ciência e Tecnologia2020-05-27T13:29:02-03:00
1810, 2022

Sistemas de aquicultura apresentam diferentes níveis de sustentabilidade

Para mitigar os impactos ambientais dos monocultivos, os países ocidentais têm resgatado um conceito antigo

Na aquicultura do Brasil ainda predomina o monocultivo, sistema de produção caracterizado pela criação de uma única espécie em determinado local. Para promover a mitigação dos impactos ambientais relacionados aos monocultivos aquícolas intensivamente arraçoados, alguns empreendimentos de países ocidentais têm resgatado um conceito antigo, empregado por países orientais, como a China, Índia, Vietnam, Bangladesh, dentre outros.

Esses são conhecidos, atualmente, pela sigla em inglês IMTA (Integrated Multiprophic Aquaculture) que pode ser traduzido como “Aquicultura Multitrófica Integrada”. No policultivo utiliza-se a mesma densidade de tilápias que no monocultivo, mas com baixas densidades de camarões. Com isso, na operação de um sistema integrado de tilápias/camarões, há um pequeno aumento dos custos de produção, relativo à aquisição de pós-larvas de camarão em relação à criação de tilápias em monocultivo; mas, em contrapartida, obtém-se um expressivo lucro extra com a venda dos camarões.

Segundo o pesquisador científico e Diretor do Núcleo Regional de Pesquisa de Pirassununga, do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Marcello Villar Boock, os sistemas de aquicultura multitrófica e de monocultivo possuem naturalmente diferentes níveis de sustentabilidade, que são divididos em três dimensões: econômica, ambiental e social. “Dentre elas, as que mais ganharam projeção nos últimos anos foram a econômica e a ambiental, pois são as mais almejadas pelos aquicultores”, informa o pesquisador do Instituto de Pesca.

Conforme explica, a econômica é calculada por indicadores como análises de fluxo de caixa, valor presente líquido, taxa interna de retorno e período de retorno do capital investido. Comparando um monocultivo de tilápias e um policultivo de tilápias e camarões de água doce como exemplo de sistema integrado, sendo ambos conduzidos em tanques escavados.

Integração de espécies

A ideia básica desses sistemas é que, por meio de duas ou mais espécies que, de preferência tenham diferentes hábitos alimentares e ocupem diferentes extratos da coluna d’água, haja um melhor aproveitamento dos nutrientes (ração, nitrogênio e fósforo, por exemplo) e da água na qual esses organismos são criados. Com isso, tem-se difundido a ideia de que sistemas multitróficos integrados são mais “sustentáveis” do que os monocultivos convencionais.

Segundo produtores do norte do Paraná, onde esse sistema de cultivo é bastante empregado, esse lucro extra geralmente é suficiente para pagar a maior parte da ração consumida pelas tilápias, que, por sua vez, corresponde ao maior custo na produção dos peixes. Consequentemente, há uma redução do custo de produção da tilápia, aumentando a margem de lucro do produtor, que passa a ganhar mais pelo quilo de peixe produzido.

Tecnologias do IP

Pesquisadores do Instituto de Pesca têm desenvolvido diversas tecnologias que visam alcançar a tão almejada sustentabilidade na aquicultura, assim como ferramentas que podem auxiliar nas tomadas de decisões e na gestão de empreendimentos aquícolas, tendo em vista o viés da sustentabilidade. Todas essas informações são abertas ao público e levadas a produtores rurais, potenciais investidores, estudantes e técnicos, por meio de cursos, publicações e assessorias técnicas oferecidas constantemente pela instituição e disponíveis no site www.pesca.sp.gov.br.

“Nosso objetivo com essas informações não é estimular as reflexões sobre o atual modelo predominante na aquicultura do hemisfério ocidental, tendo em vista a alternativa de sistemas que conciliem as três dimensões da sustentabilidade”, argumenta Boock. “Em um país megadiverso como o Brasil, as possibilidades de integração entre as diversas espécies aquáticas disponíveis e diferentes ecossistemas são imensas e ainda muito pouco exploradas”, arremata.

Com informações da assessoria de imprensa da CNA
Foto de capa: CNA
1110, 2022

Universidade de São Paulo (USP) desenvolve mortadela com ômega 3 e menos sódio

Pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu uma mortadela com ômega 3 e menos sódio. O estudo teve por fim deixar o alimento mais saudável, com menos sal e conservantes.

Segundo a engenheira de alimentos e pesquisadora do estudo, Manuela Alves Pires, “as mortadelas consumidas atualmente contêm outros ingredientes com sal, gordura e sal de cura.

Segundo ela, “é importante ressaltar que o excesso de sódio está associado a doenças cardiovasculares, assim como a gordura suína”.

A pesquisadora contou que passou os últimos quatro anos tentando desenvolver uma mortadela menos nociva a saúde.

“Finalmente, conseguimos reduzir o nível de sódio da mortadela convencional em 40%, substituindo a gordura animal por óleo de echium (planta nativa do norte da África)” e acrescenta:

“O óleo de echium é mais rico em ômega 3 do que outros que estamos acostumados, como o óleo de soja, que só tem uma fonte de ômega 3 na composição. O echium tem duas fontes na sua composição”.

Foto/Fonte: USP
610, 2022

Reprodução de lambaris em laboratório amplia oportunidades para testes toxicológicos

Estudo de Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) obteve sucesso com a reprodução assistida em laboratório com luz natural, sem o uso de indução hormonal, do lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae)

A conquista é considerada um avanço para testes toxicológicos que utilizam embriões de peixes para estabelecer os limites de substâncias químicas na água, por exemplo. “Atualmente, testes toxicológicos com diferentes compostos são frequentemente realizados com embriões e adultos de zebrafish”, comenta a pesquisadora da Embrapa Vera Castro.

Segundo ela, além de ajudar a determinar as concentrações máximas permissíveis nos corpos de água, esses estudos permitem comparar a toxicidade de diferentes compostos e estudar os fatores que alteram o efeito nocivo desses produtos.

“O uso dos embriões do zebrafish nas pesquisas possui vantagens como, por exemplo, o seu rápido desenvolvimento, a grande quantidade de embriões produzida (média de 50 ovos/casal) de pequeno tamanho, que possibilita o uso de unidades experimentais com menor custo e redução de resíduos no laboratório”, explica. “Essas vantagens serão ampliadas com o uso dos embriões do lambari”, completa Vera.

Segundo o também pesquisador da Embrapa, Claudio Jonsson, os embriões são usados porque, geralmente, os estágios iniciais de vida são os mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de poluentes comparados aos peixes adultos. “Os ensaios de toxicidade com embriões e larvas permitem a obtenção de dados mais adequados para a avaliação de risco ambiental”, acrescenta.

De acordo com Jonsson, existe uma carência de procedimentos de avaliação da toxicidade crônica com larvas de espécies que habitam o seu território de origem, chamadas autóctones, como é o caso desse lambari, relacionados ao registro de agroquímicos no Brasil.

“O Manual de Testes para a Avaliação de Ecotoxicidade de Agentes Químicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) recomenda a utilização de peixes pertencentes à família Characidae na avaliação de toxicidade para esse registro. E o lambari pertence a esta família, sendo uma vantagem em relação ao uso do zebrafish”, arremata o pesquisador.

Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa
Foto de capa: Embrapa
410, 2022

UNESP desenvolve sistema de gerenciamento de ovinos

Com o lançamento do sistema, espécie de diário onde se pode anotar a vida do rebanho, ficou mais fácil controlar a criação. O software foi desenvolvido por professores do curso de Medicina Veterinária núcleo de Araçatuba da Unesp.

De acordo com o professor Cecílio Viega Soares Filho, o projeto foi executado graças a uma parceria entre vários departamentos do núcleo, profissionais da área de informática e pecuária.

O sistema comporta informações sobre controle de pesagens, abates, mortes naturais, partos, doenças e manejo, além de registro e acompanhamentos zootécnicos e veterinários.

“O software responde à necessidade do ovinocultor”, diz Soares Filho.

Foto/Fonte: UNESP
2709, 2022

Pesquisa comprova que 7 entre 10 consumidores de peixes preferem a tilápia

O peixe é a proteína animal mais saudável do mercado. Esta é a opinião de 83% das 4.200 pessoas que compram alimentos, entrevistadas na pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, com apoio da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).

O levantamento inédito – realizado entre abril e maio de 2022 com pessoas das classes A, B e C, sendo 64% mulheres e 36% homens, e 93% com mais de 26 anos de idade – também mostrou que 93,21% da amostra consome peixe regularmente, sendo a tilápia a espécie preferida por 76,93% desse universo.

As qualidades mais destacadas da tilápia pelos entrevistados são:

– Saborosa e saudável

– Muitas proteínas

– Fácil digestão

– Ajuda a manter o peso

– Não tem gordura

– Tem ômega 3

– Possui muitas vitaminas

– Tem poucas espinhas

Foto/Fonte: Texto Comun
2209, 2022

Equinos atletas: cuidados terapêuticos ajudam a combater patologias ósseas

Bifosfonatos são alternativas ao tratamento, mas não para todos os animais e nem para todos os problemas ósseos

Utilizados para tratamento de injúrias do sistema esquelético, os Bifosfonatos (BF) são fármacos que têm como principal efeito a inibição da ação dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção e modulação óssea.

Associado a isso e por apresentarem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas muito eficientes, os BF caracterizam-se por serem os escolhidos para o tratamento de patologias ósseas degenerativas, como Osteoartrite (OA) e Síndrome do Navicular (ou Síndrome Podotroclear) nos equinos atletas.

Em geral, eles são divididos em dois agentes utilizados na medicina equina, o Tiludronato e o Clondronato, com o primeiro tendo um maior número de estudos científicos publicados, que embasam e respaldam a sua utilização.

“Os bifosfonatos são fármacos que trazem benefícios ao equino atleta de alta performance e com eficácia comprovada. Mas é importante saber que eles não servem para todos os problemas ósseos do animal”, alerta a médica veterinária e gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Pollyana Braga. “Por inibir a ação das células responsáveis pela modulação óssea, problemas como as canelites e fraturas não devem ser tratados com esses fármacos”, orienta.

No entanto, segundo ela, é preciso atenção em relação à faixa etária dos animais que podem se beneficiar do uso dos desse produto: “Bifosfonato é medicamento de cavalo adulto. Os equinos com menos de 4 anos ainda estão em fase de crescimento e desenvolvimento de estruturas ósseas importantes, por isso, não é aconselhável a utilização antes dessa idade. Tratar esses animais muito jovens com bifosfonatos pode causar um impacto negativo no desenvolvimento completo desses atletas”, avisa.

Comumente associado ao uso de outros anti-inflamatórios no tratamento conservador de problemas osteoarticulares dos equinos, a forma de administração dos BF mais indicada é a intravenosa, mas muitos estudos também mostram a possibilidade de utilizar o fármaco de forma local através de perfusões regionais, com menos efeitos adversos, como cólica leve, inapetência e letargia.

“A performance do animal atleta está diretamente associada a um tratamento de excelência, segurança e tecnologia, tríade que possibilita que o cavalo expresse seu melhor, com mais saúde, e entregando resultados de grandes campeões”, arremata a especialista.

Com informações da Assessoria de Comunicação
Foto de capa: Ceva Saúde Animal
2009, 2022

Novidade: Uberaba, em Minas Gerais, vira principal polo de produção de sêmen bovino do Brasil

Famosa no mercado pecuário internacional como um centro de seleção de raças de gado zebu (originário da Índia) e palco de exposições importantes, como a Expozebu (a maior feira de bovinos zebuínos do mundo), Uberaba, no Triângulo Mineiro, tornou-se o maior polo de produção de sêmen bovino do país.

A região, que já contava com a presença da Alta Genetcs e da ABS, também foi escolhida pela Genex Brasil como sede de sua central própria de coleta de sêmen, inaugurada em julho de 2022.

Juntas, as três empresas respondem por cerca de 65% do total de doses de sêmen comercializadas no Brasil.

Optamos por Uberaba porque é o berço do zebu, reúne importantes associações de raças bovinas, grandes criatórios e conta com um forte calendário de exposições, explica o diretor executivo da Genex Brasil, Sérgio Saud.

O aumento da participação da empresa nas vendas de sêmen de zebu também influiu na decisão da multinacional americana. Quando chegou ao Brasil em 2005, o foco de atuação da empresa eram as raças taurinas (de origem europeia), principalmente a Angus.

“Na última década, diz Saud, “houve uma mudança de posicionamento para atender à forte demanda pela genética, especialmente da raça Nelore. Hoje, o segmento zebu corresponde a 30% das vendas da empresa”.

Foto/Fonte: Genex Brasil
1509, 2022

IATF: desafios e benefícios da estratégia

Evento destaca pontos positivos e negativos dessa alternativa que exige atenção e cuidados específicos

Melhorar os índices zootécnicos, otimizar o manejo e reduzir custos operacionais estão entre as principais vantagens oferecidas pela Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Além desses benefícios, essa biotecnologia tem sido explorada como alternativa complementar à indução de ciclicidade em novilhas.

Porém, essa estratégia de produzir mais “bezerros do cedo” esbarra em questões hormonais, imaturidade sexual e escore corporal baixo, fazendo dela um grande desafio na pecuária. Além disso, a seleção para precocidade sexual é fator determinante ao encurtamento da idade reprodutiva.

Para discutir sobre o tema, a segunda edição do GlobalSynch Group reuniu, no fim de agosto, diversos especialistas do setor. Segundo o professor do departamento de Zootecnia da Esalq/USP, Roberto Sartori, ao falar sobre a fisiologia e os princípios básicos da puberdade em bovinos, tudo o que se aprendeu até agora com novilhas de dois anos não se aplica às pré-púberes.

“O que caracteriza o início da puberdade é a primeira ovulação natural, sendo necessário mais dois ou três ciclos para que as novilhas estejam maduras o suficiente para receberem uma gestação, com menor risco de perda do bezerro”, explica o pesquisador e acrescenta que é possível estimular a puberdade, desde que as novilhas tenham boa genética, nutrição e estejam próximas dessa fase. “Caso contrário, induziremos apenas a ovulação”, completa.

Em outras palavras, segundo ele, são menores as chances ao desafiar novilhas pré-púberes apostando apenas na nutrição, pois elas respondem aos protocolos hormonais, emprenham em muitos casos, mas os riscos de perda embrionária são mais elevados e, nesse caso, é preciso avaliar a relação custo-benefício ao trabalhar com novilhas não selecionadas para precocidade sexual.

“A conta pode não fechar, já que elas exigem um manejo nutricional diferenciado por mais tempo para que possíveis ganhos com bezerros nascidos não se diluam futuramente”, alerta Sartori.

Foto: ASBIA (inseminação artificial)

Outros desafios

Em relação à perda gestacional, alguns experimentos têm sido realizados com o objetivo de buscar respostas mais objetivas, principalmente em novilhas zebuínas. Este foi o tema abordado pela doutoranda na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unviersidade de São Paulo (FMVZ-USP), Bruna Catussi, que apresentou números importantes ao estudar 5.400 novilhas de uma fazenda com décadas de seleção para probabilidade de prenhez aos 14 meses.

Ela identificou que novilhas a partir dos 293 quilos, ECC de 3,25 e idade de 14,7 meses, assim como aquelas que expressaram cio ao fim do protocolo hormonal, atingiram melhor fertilidade com menores chances de perdas.

Na visão de Carlos Consentini, da GlobalGen vet Science, as conclusões foram semelhantes em relação à contribuição da genética, à presença do estro e à condição corporal para manutenção gestacional. “Além disso, vimos que os hormônios utilizados nos protocolos de IATF aumentam a fertilidade e não exercem efeito negativo na gestação”, observou.

Impactos

Outro ponto debatido pelos especialistas foi o manejo e seus impactos durante o processo. De acordo com o consultor técnico da GlibalGen vet Science, Rafael Cassillato, além das perdas decorrentes de refluxos medicamentosos, traumas, contusões e abcessos, condutas agressivas da lida também geram perdas em fertilidade. “Experimentos de campo demonstraram que as fêmeas mais tranquilas são 7% mais eficientes quando comparadas àquelas mais estressadas”, relatou Cassillato.

Ele destacou, também, a importância do bem-estar animal e mencionou que os clientes da empresa terão acesso a aulas práticas e teóricas sobre o tema, já na próxima estação de monta. “A ideia é demonstrar que todas as manobras com o gado interferem no desempenho dos protocolos e, mais do que isso, que a certificação em bem-estar animal já é uma exigência mundial”, pontuou.

Com informações da Assessoria de comunicação
Foto de capa: Embrapa (inseminação artificial)
1309, 2022

Embrapa desenvolve novas galinhas poedeiras caipiras

Desenvolvidas e selecionadas pelo núcleo Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) as aves são híbridas e resultam do cruzamento das raças Rhode Island Red com Plymouth Rock branco.

Denominadas galinhas poedeiras caipiras Embrapa 051, são aves especializadas na produção de ovos de mesa de casca marrom e, por serem rústicas, adaptam-se bem a sistemas adotados por avicultores familiares (menos exigentes em tecnologia).

A galinhas apresentam plumagem castanha intensa, excelente produção de ovos, longevidade e rusticidade. Começam a botar ovos com 21 semanas e produzem até as 90 semanas, com potencial para produzir 345 ovos por galinha alojada durante o ciclo de produção.

O pico de produção de 90% é atingido com 30 semanas e o peso do ovo é superior a 56 gramas. Ao final do período de produção, o peso corporal da ave de cerca de 2.385 quilos, permite sua utilização para consumo de carne.

Os pequenos agricultores familiares tradicionalmente criavam galinhas de baixo potencial genético e tecnológico. Por sua vez, isso levou a uma menor produtividade e maiores custos de produção.

Com o desenvolvimento das galinhas poedeiras caipiras, os agricultores têm a possibilidade de substituir as aves de baixa tecnologia por genéticas mais avançadas, que aumentam a produtividade de postura e agregam valor, pois as carcaças podem ser vendidas para consumo. 

Fonte: Embrapa
Foto: Lucas Scherer Cardoso
609, 2022

Pesquisadores brasileiros descobrem soro que combate veneno de abelhas

Soro antiapílico

Quem é picado por cobra, sabe que tem que correr para o hospital, pois o soro antiofídico pode salvar uma vida. Se alguém sofre acidente com aranha, escorpião, também há medicamentos para cortar o veneno, mas e se for picado por abelhas? Agora existe soro para isso e é uma criação brasileira, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em parceria com o Instituto Vital Brazil. O produto ainda está em fase de testes, mas já com ótimos resultados.

O desenvolvimento do soro antiapílico é o resultado de mais de 20 anos de pesquisa da Unesp, especialmente, de dois pesquisadores: Benedito Barraviera, um dos fundadores do Cevap (Centro de Estudos de Animais Peçonhentos da Unesp); e Rui Seabra, atual diretor da instituição.

Com o estudo sobre o soro, Seabra obteve três títulos universitários: mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Foto: Unesp
3008, 2022

Embrapa desenvolve tecnologia simples e acessível para avaliação de carcaça bovina

A tecnologia consiste em um dispositivo prático denominado SAGABov, sigla para Sistema de Avaliação do Grau de Acabamento Bovino. Ele é formado por duas hastes articuladas que, ao serem encostadas na garupa do animal formam um ângulo que indica graus de acabamento: baixo, adequado e excessivo.

Segundo a Embrapa, com o invento o próprio produtor pode avaliar, de forma rápida e precisa, o acabamento da carcaça dos bovinos destinados ao abate, ou seja, a espessura de gordura, uma das principais características relacionadas à qualidade da carne bovina.

Com a utilização do dispositivo, o produtor poderá obter o máximo rendimento dos animais destinados ao abate. Ao entregar animais com grau de acabamento adequado, o produtor terá mais acesso à programas de bonificação que a indústria frigorífica oferece.

Para a indústria, a obtenção de animais com melhor grau de acabamento oferece ganhos para a melhora da qualidade da carne que chega ao mercado. Isso atende demandas dos consumidores e pode aumentar a participação da indústria em mercados mais exigentes, uma vez que a gordura subcutânea é um importante indicador de qualidade final da carne. A tecnologia está validada para ser utilizada em animais – machos castrados e fêmeas – da raça Nelore

Foto: Embrapa
2308, 2022

Pecuária de leite: ABCZ registra primeiros clones da raça Gir

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) registrou os dois primeiros animais da raça Gir obtidos através da técnica de Transferência Nuclear, popularmente conhecida como clonagem. Os registros foram realizados na fazenda Brasília, localizada no município de São Pedro dos Ferros, em Minas Gerais.

Na ocasião, foram registradas duas bezerras com pouco mais de 60 dias de idade, clones da matriz Lusíada, reconhecida campeã em pista e em torneios leiteiros. As bezerras Lusíada de Brasília TN1 e Lusíada de Brasília TN2, foram registradas pelo técnico da ABCZ João Eudes Lafetá Queiroz.

Segundo Flávio Lisboa Perez, diretor administrativo da Fazenda Brasília, a matriz Lusíada foi escolhida para doar material nuclear para dar origem aos clones, por ser um dos maiores valores genéticos da fazenda Brasília, primeiro pela excelente produção e em segundo pelo fato de suas progênies (descendentes) terem superado as qualidades da matriz. “Esperamos que estes dois animais transmitam a seus descendentes as mesmas qualidades da Lusíada”, diz Perez e acrescenta: “Esta vaca é mãe de grandes matrizes Gir leiteiro, entre elas, Surpresa, Deusa, Estreia e União de Brasília, todas elas campeãs nas pistas de julgamento e em torneios leiteiros”.

Fonte: ABCZ
Foto: Pixabay
1608, 2022

Agroceres lança nova ração que acelera o ganho de peso de bezerros da raça Nelore

A nova ração, que recebeu o nome de Confinatto 3R, é resultado de uma parceria entre a Agroceres e a Fazenda 3R, localizada no município de Figueirão, no estado do Mato Grosso do Sul.

Focada no ganho de peso dos animais, a ração traz um novo conceito de nutrição de bezerros ao país.

Acompanhada de manejo adequado, ela permite que os animais cheguem no período de desmame, aos 10 meses, com mais de 300 quilos, possibilitando ao produtor “pular” toda a fase de recria, e abater os animais quase um ano mais cedo, explica o médico veterinário e nutricionista de bovinos da Agroceres, Rodrigo Meirelles.

Segundo o criador Rubens Catenacci, proprietário da Fazenda 3R, a nova ração foi desenvolvida a partir da experiência de produção no seu criatório. “Ancorado no tripé: genética, manejo e nutrição, a fazenda se tornou referência nacional com uma fórmula que faz um bezerro atingir cerca de 300 quilos, o que confere ao animal ainda precoce um peso equivalente a dois terços do peso do boi gordo (pronto para o abate).

Foto: Agroceres
908, 2022

Cooperativa Aurora amplia sua linha de produtos e lança filé de tilápia

Localizada em Santa Catarina, a Cooperativa Central Aurora Alimentos passou a atuar também no segmento de pescados, lançando o filé de tilápia sem pele. São três versões de embalagens: de dois quilos (com 16 filés), de 800 gramas (seis unidades) e 400 gramas (com três filés), congelados individualmente.

Para ingressar nesse segmento, a Aurora, uma das principais cooperativas do mercado de frangos, suínos e lácteos do Brasil, firmou parceria com a C. Vale Cooperativa Agroindustrial, de Palotina, no Paraná, que detém sistema de produção integrada e processa o produto para a marca Aurora.

Em 2019, a Aurora completou 50 anos, e é atualmente a terceira empresa brasileira do segmento de carnes de aves e suínos, com 11,7% do mercado, informa a companhia, que tem como proprietários 12 cooperativas agropecuárias.

Foto: Pixabay
208, 2022

Piscicultura pesquisadores da Epamig dão dicas de manejo correto da água para criação de peixes

A produção de peixes pode ser realizada de diferentes maneiras, seja em viveiros escavados, tanques-rede, sistemas de recirculação de água, e até mesmo em sistemas integrados com cultivo de vegetais ou outros organismos aquáticos. Contudo, existe um ponto crucial para o sucesso da atividade que deve ser observado em qualquer cenário: a qualidade da água de cultivo.

Isso porque, como explica o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Thiago Freato, é da água que o peixe retira oxigênio e, inclusive, alguns nutrientes. Dessa forma, as características do meio são capazes de definir a qualidade da respiração, nutrição, excreção de compostos metabólicos, saúde e o bom desempenho produtivo dos peixes.

Ainda de acordo com Thiago Freato, para garantir uma boa qualidade da água é necessário monitorar aspectos físicos e químicos. Entre os aspectos físicos estão temperatura, cor e turbidez. Já os aspectos químicos incluem pH, oxigênio dissolvido, dureza, alcalinidade, condutividade elétrica e concentração de compostos tóxicos, como amônia e nitrito.

“O monitoramento rotineiro desses aspectos pode ser realizado por meio de equipamentos digitais; como oxímetros e peagâmetros; ou kits colorimétricos. A aquisição desses equipamentos ou kits varia de acordo com a capacidade de investimento do produtor e do porte da piscicultura. Mesmo entre equipamentos digitais existem alguns mais caros e outros mais acessíveis”, explica Thiago.

Fonte: Epamig
Crédito da foto: Pixabay
2607, 2022

IZ entrega ao setor produtivo resultados de prova de eficiência alimentar de ovinos

O Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, entrega mais uma solução tecnológica ao setor produtivo, envolvendo a área de ovinos. O que o IZ denomina entrega, consiste nos resultados de suas provas de eficiência alimentar em ovinos realizadas de 2015 a 2021.

Durante os testes do Instituto foi possível identificar animais que consomem até 37% menos de alimento, tendo ganhos de pesos similares aos animais que consomem mais. A característica traz impactos positivos do ponto de vista econômico e ambiental.

Segundo o pesquisador Ricardo Lopes Dias da Costa, ao longo dos últimos sete anos, o órgão avaliou cerca de 200 animais de diferentes grupos genéticos e idades.

Ressalta-se que cada grupo foi avaliado em testes separados. Os animais oriundos do próprio IZ e de produtores do estado de São Paulo foram colocados nas mesmas condições de ambiente. Após 65 dias de teste foram identificados aqueles que tinham melhor Consumo Alimentar Residual (CAR), ou seja, que consumiam menos alimentos e mesmo assim tinham melhor desempenho de ganho de peso.

“O IZ é a única instituição do Brasil a ter cochos eletrônicos para medição do consumo ovino, um equipamento que facilita muito esse trabalho. Por meio desse teste, conseguimos ranquear os melhores animais, que vão servir como melhoradores dos rebanhos, já que essa característica de melhor eficiência alimentar é passada de pai para filho”, explica o pesquisador.

Fonte: IZ
1907, 2022

Pecuária leiteira: pesquisa aponta deficiência no manejo vacinal em bezerras

A eficiência da vacina contra clostridioses (infecções causadas por bactérias), aplicada nos primeiros meses de vida das bezerras, está sendo prejudicada devido a uma prática de manejo comum entre os produtores de leite: a aplicação de várias vacinas ao mesmo tempo.

É o que prova a dissertação de mestrado em Zootecnia, pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizada no campo experimental da Embrapa Gado de Leite. O autor do trabalho, Hilton Diniz, e a equipe de pesquisadores verificaram interferência na resposta vacinal dos animais imunizados contra brucelose e clostridioses, quando aplicadas simultaneamente.

De acordo com Diniz, “a vacinação simultânea resulta em decréscimo significativo nos títulos de anticorpos contra doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium”.

Isso, a seu ver, pode culminar em bovinos não protegidos contra essas afecções nas propriedades leiteiras.

O mesmo estudo demonstra que a vacina contra brucelose não sofreu qualquer interferência na resposta imunológica, permanecendo eficaz.

Segundo a professora da UFMG, Sandra Gesteira Coelho, orientadora de Diniz nas pesquisas, a iniciativa para realização desse trabalho se deu a partir de alguns relatos de produtores de leite. “Quando visitamos fazendas, em várias regiões do Brasil, os produtores questionam a vacinação dos animais”, informa Sandra.
De acordo com os produtores, a vacinação costuma impactar negativamente no desempenho e saúde dos bovinos. “Isso”, segundo eles, “tem feito com que algumas fazendas não realizem a vacinação”.
“Na verdade, situações como essa contribuem para desacreditar as vacinas”, diz Sandra.

1207, 2022

Epamig lança catálogo para venda de material genético de bovinos Gir Leiteiro

Foto: Alfapress Comunicações

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), vai começar a vender materiais genéticos de bovinos da raça Gir Leiteiro. Os produtos comercializados serão oocistos para produção de embriões. Para isso, a empresa desenvolveu o “Catálogo de Doadoras Gir Leiteiro Epamig”, publicação digital que reúne as principais vacas doadoras de oocisto de alta qualidade genética de Minas Gerais e do Brasil.

A primeira versão disponível do Catálogo possui treze vacas doadoras, mas o material será atualizado nos próximos meses e tende a chegar a até 40 animais. O Catálogo possui imagens e vídeos com informações sobre lactação, genealogia e data de nascimento das vacas.

O responsável técnico pelo rebanho Gir Leiteiro da Epamig em Uberaba, Hebert Filho, explica que oocisto é o nome da célula que se divide e dá origem ao óvulo. De acordo com ele, a ideia de comercializar oocisto (célula) veio por meio de pedidos de pecuaristas da região.

“A ideia surgiu do próprio mercado. Estamos oferecendo aos produtores, a partir das matrizes da Epamig, a possibilidade de adquirir oocisto de qualidade para acasalamentos de acordo com as necessidades de cada um”, afirma Hebert Filho.

A Epamig possui 65 anos de tradição em genética Gir Leiteiro. As pesquisas, desenvolvidas no Triângulo Mineiro, estão voltadas para as áreas reprodutivas, de produção e qualidade de leite, manejo de ordenha, nutrição e sanidade, sempre com foco na diminuição dos custos de produção.

Fonte: Epamig
507, 2022

Embrapa define modelo simplificado de cultivo de camarão fora da zona costeira

O núcleo da região Meio-Norte (PI) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) definiu a composição da água necessária para a criação do camarão-branco-do-pacífico (Litopenaeus vannamei), permitindo a reprodução dele em ambiente longe do litoral.

Natural da água salgada, essa espécie é geralmente cultivada em fazendas próximas à costa marinha. O avanço para os produtores é que a pesquisa científica definiu as doses ideais mínimas de minerais na água, como cálcio, magnésio e potássio, e um modelo simplificado para que o vannamei possa ser criado sem a necessidade de se usar a água do mar.

“O modelo desenvolvido é para a fase de berçário em sistema simbiótico (o qual permite desenvolvimento de alimentos naturais importantes para o desenvolvimento das pós-larvas), em cativeiro, em pequenas propriedades”, diz o pesquisador do núcleo, Valdemir Queiroz de Oliveira.

Segundo ele, “esse sistema é o mais usado no mundo na produção desse crustáceo, pois melhora a digestibilidade e absorção dos alimentos pelos animais e estabiliza a qualidade da água”.

Fonte: Embrapa
2806, 2022

Novidade: estudantes do Rio Grande do Norte criam sistema para identificação de caprinos

QR Bode. Este é o nome de um invento criado por duas alunas da Escola Estadual Sérvulo Pereira de Araújo Ensino Médio, localizada na cidade de Bodó, no Rio Grande do Norte (RN), para resolver um problema da região: garantir a identificação de bodes de uma forma mais segura e eficaz.

A região nordeste concentra a maior parte do rebanho nacional de caprinos, estimado em mais de 12,1 milhões de cabeças. O problema é que esses animais se caracterizam por serem furtivos (fujões). Na produção, é constante a fuga de animais para outras pastagens, o que exige marcação a ferro quente ou corte na orelha para identificação, procedimento que pode resultar em infecção no local da ferida

A ideia das estudantes Graziela da Silva Bezerra e Maria Carolina da Silva Fernandes é simples: usar o plástico de garrafa pet para envolver miniplacas com QR Code. A miniplaca é colocada no animal presa em um colar. Para identificá-lo, basta fazer a leitura do código com o leitor de uma câmera de celular. Assim, é possível acessar todos os dados do animal – nome do proprietário, raça, idade, vacinas e medicamentos, por exemplo. Segundo Graziela, essa forma de identificação também facilita o controle do rebanho nos abatedouros.

O projeto foi um dos destaques da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), realizada em março de 2020 pela Plataforma FEBRACE Virtual (formato on-line) na Universidade de São Paulo.

Fonte: FEBRACE Virtual
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