CNA elabora e apresenta ao governo federal sistema de rastreabilidade de bovinos
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elaborou e apresentou ao governo federal um sistema de rastreabilidade de bovinos (denominado por aquela entidade de Agri Trace Rastreabilidade Animal).
O sistema resulta de estudo do setor de assuntos econômicos da CNA. Trata-se de um sistema de gestão de informações, o qual agrega valor ao rebanho dos pecuaristas participantes por meio de programas de certificação de carnes, conferindo transparência a toda cadeia produtiva da carne desde a origem do animal na fazenda até a mesa do consumidor.
Segundo o coordenador de Protocolos de Rastreabilidade do Instituto CNA, Paulo Costa, o Brasil precisa acessar novos mercados e aumentar o valor do produto que hoje é exportado para os mercados já acessados pelo país.
“Podemos competir de igual para igual com países, como a Argentina e o Uruguai; para isto, temos que fazer nosso dever de casa”, diz Costa. Segundo ele, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, confirmou que pretende tornar o sistema de rastreabilidade brasileiro mais “robusto”.
Atualmente, 12 protocolos de certificação de carnes bovinas estão disponíveis para adesão. Eles proporcionam aos pecuaristas o pagamento diferenciado no valor da arroba pelos frigoríficos nas carcaças certificadas. Mais de 8,5 mil produtores já estão cadastrados no Agri Trace Rastreabilidade Animal, desfrutando desses benefícios.
Foto: José Roberto Miranda
Pesquisadores da UNESP usam com sucesso vitamina B2 no tratamento da “tristeza bovina”, doença causadora de grandes prejuízos aos criadores de gado
Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, em São Paulo, usou com sucesso a vitamina B2 associada à radiação ultravioleta (emitida pelo sol) para inativar, reduzir ou eliminar patógenos (microrganismos nocivos) presentes no sangue bovino conservado para ser utilizado em transfusões.
O estudo, que contou com apoio do núcleo Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), teve por foco os protozoários do gênero Babesia (B. bovis e B. bigemina) e a bactéria Anaplasma marginale, que associados provocam a doença conhecida como tristeza parasitária bovina (TPB), causadora de grandes prejuízos aos criadores de gado (redução significativa da produção de carne e leite).
A transfusão de sangue de bovinos é procedimento terapêutico capaz de proporcionar grandes benefícios para o gado. “Os riscos associados à transfusão incluem a possibilidade de transmissão de doenças pelo sangue, como a TPB”, explica o professor Raimundo Souza Lopes, um dos autores do trabalho.
O estudo utilizou bezerros mestiços derivados das raças Nelore/Caracu (ver um exemplar na foto). Parte do grupo recebeu sangue parasitado sem tratamento e parte recebeu sangue tratado com vitamina B2 associada à radiação ultravioleta.
Os resultados apontaram que o tratamento reduziu significativamente a carga parasitária. Além do benefício terapêutico, o tratamento pode agregar valor ao sangue comercializado pelos laboratórios e bancos que disponibilizam o produto especialmente para a transfusão.
Segundo o professor Raimundo, o impacto econômico da TPB varia entre US$ 500 milhões e US$ 2 bilhões anuais e inclui gastos com tratamento, mortalidade de animais e perdas indiretas, como queda na produção de leite, diminuição do ganho de peso e custos de controle e profilaxia.
Bovinos: pesquisa da UFLA comprova que o uso de vitamina A em bovinos de corte aumenta o sabor e a suculência da carne
Diversas estratégias têm sido utilizadas para garantir mais suculência e maciez à carne bovina, como uma pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (núcleo/Botucatu-SP), que analisa o aumento da gordura intramuscular após aplicação de vitamina A em bovinos de corte.
O estudo envolveu animais resultantes de cruzamento de bovinos das raças Montana e Nelore; eles receberam uma única dose de vitamina A, logo ao nascimento, e após o desmame ficaram em confinamento (ambiente fechado) por um período de 180 dias, sendo abatidos com média de 14-15 meses.
Os pesquisadores constataram que os animais machos que receberam vitamina A apresentaram 30% mais gordura de marmoreio (gordura intramuscular), comparado aos animais que foram criados juntos e não receberam a vitamina.
Já quanto às fêmeas, o uso da aplicação de vitamina aumentou aproximadamente 18% a gordura intramuscular.
“Os resultados são extremamente positivos quando levamos em conta que o sistema de produção de bovinos no Brasil, visando à obtenção de carnes com alto valor agregado e carnes com alta qualidade, está crescendo de forma significativa”, diz o professor do Departamento de Zootecnia da UFLA, Marcio Machado Ladeira, coordenador da pesquisa.
Fonte: Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG)
Nutrição animal: Viçosa lança nova edição de tabelas para aves e suínos com atualizações sobre minerais orgânicos
Preparadas com base em pesquisas da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, as tabelas são consideradas referências para a agroindústria brasileira e mundial na formulação de rações para suínos e aves.
Na nova edição ficou constatado, por meio de estudos, a eficiência de minerais orgânicos na suplementação de suínos e aves com a inclusão desses ingredientes na dieta dos animais.
A análise apontou que, na forma orgânica, os níveis de minerais necessários para o desempenho dos animais são entre 33% e 50% menores do que na forma inorgânica, percentual que varia de acordo com a espécie e destinação para corte ou reprodução.
“Isso ocorre devido à ação dos microminerais, que facilita a absorção dos nutrientes no trato digestivo dos animais, favorecendo, por exemplo, o ganho de peso e a eficiência alimentar da granja”, diz o professor Horácio Santiago Rostagno, chefe da equipe responsável pelos estudos que resultaram nas tabelas.
Fonte: Universidade Federal de Viçosa (MG)
Saúde animal: Ministério da Agricultura e Embrapa fazem parceria para combater o mormo, doença que ameaça a sobrevivência dos animais
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estabeleceram acordo de parceria para validação de tecnologias para a diagnose da doença do mormo. Trata-se de enfermidade infecciosa que atinge principalmente os equídeos (entre eles o cavalo e o burro) e pode causar grandes prejuízos aos criadores de cavalos, pois o sacrifício dos animais infectados é obrigatório.
O Brasil possui o terceiro maior rebanho de equinos no mundo e o maior da América Latina. Por isso, um diagnóstico preciso, por meio de exames de sangue, é fundamental para se fazer estudos epidemiológicos e estabelecer políticas públicas que promovam o estabelecimento de regiões livres da doença, considerada uma zoonose, por também atingir seres humanos.
Causada pela bactéria Burkholderia mallei, a doença é transmitida pelo contato com o material infectante, tanto diretamente com secreções do doente, quanto indiretamente por meio de bebedouros, comedouros ou equipamentos contaminados.
O mormo normalmente se manifesta logo após a infecção. Não há tratamento e o animal precisa ser sacrificado e cremado no local onde estava.
É uma doença de fácil disseminação de cavalo para cavalo. Se ocorrer um surto da doença, é necessário sacrificar um grande número de animais, porque também não existe vacina para sua erradicação.
Criadores de suínos do Paraná produzem e “vendem” energia elétrica gerada com dejeto animal
Desde fins de julho de 2019, 72 prédios da prefeitura municipal de Entre Rios do Oeste, no oeste do Paraná, são abastecidos com energia elétrica gerada com dejetos de 40 mil suínos de criadores da região. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Agência Nacional de Energia Elétrica, Companhia Paranaense de Energia, Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, Centro Internacional de Energias Renováveis e a prefeitura de Entre Rios do Oeste.
Com o projeto de geração de energia, cerca de 215 toneladas por dia de dejetos de 18 criatórios de suínos passaram a ser tratados, servindo de matéria-prima para a produção do biogás, usado na geração de energia elétrica.
O projeto implantado na prefeitura de Entre Rios do Oeste apresenta como novidade o fato de que a energia produzida é “vendida” para a aquele órgão, gerando recursos para os produtores. Geralmente os suinocultores que fazem, fazem o uso de dejetos para a produção de energia utilizam essa energia para consumo próprio.
Ovinos: manejo adequado reduz perda de cordeiros em partos duplos, diz estudo da Embrapa
Estudo recém-concluído pelo núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que, nas criações de ovinos, a ocorrência de partos duplos varia entre 20% e 40%. Segundo o trabalho, o nascimento de gêmeos (foto) é de grande importância econômica, mas o produtor precisa ficar bem atento nesses casos para reduzir as possibilidades de perda de animais.
De acordo com o veterinário Raul Mascarenhas Santana, pesquisador do núcleo, partos duplos ou triplos geram cordeiros mais frágeis que partos simples. “Geralmente, são menores e mais leves. A ordem do parto também influencia o vigor do recém-nascido. O último a nascer requer atenção especial com relação à capacidade de se alimentar”, explica Santana. E acrescenta:
“No entanto, há cuidados básicos, independente de cordeiros nascidos no mesmo parto. O colostro (primeiro leite) é fundamental. A cria deve mamar logo nas primeiras horas de vida. Animais que não mamam colostro apresentam constantemente doenças, principalmente pneumonia, além de baixo peso e retardo no desenvolvimento”.
Novidade: Embrapa cria sistema que identifica bovinos com melhor eficiência alimentar
Utilizando uma estrutura computadorizada, formada por cochos eletrônicos e estações de pesagem, pesquisadores do núcleo Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram um sistema inédito para identificar quais animais possuem melhor conversão alimentar, isto é, que ganham mais peso comendo menos.
Segundo o pesquisador Luiz Otávio Campos da Silva, do núcleo Gado de Corte, o sistema é constituído de equipamentos que possuem comedouros apoiados sobre uma balança, que registra eletronicamente o total de alimento consumido por animal, individualmente.
Ele acrescenta: “A identificação de cada touro é feita por meio de um chip, implantado na orelha, detectado pela antena presente no cocho a cada aproximação do animal para se alimentar. Já as estações de pesagem produzem dados de peso vivo e ingestão alimentar. Elas são ligadas aos bebedouros, e todas as vezes que os animais chegam para beber água são pesados”.
Embrapa desenvolve queijo de cabra com microrganismos (probióticos) benéficos à saúde
Pesquisa conjunta do núcleo Agroindústria de Alimentos e do núcleo Caprinos e Ovinos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) resultou na produção de um queijo denominado boursin, elaborado com leite de cabra e que possui microrganismos benéficos à saúde, chamados probióticos.
Trata-se do primeiro produto desse tipo desenvolvido no Brasil. Para obtenção do queijo foram realizadas análises sensoriais do alimento com clientes de uma rede de supermercados que o aprovaram.
De origem francesa, o boursin é um queijo de cabra originário da Normandia. O produto é de textura cremosa e espalhável, de cor branca e sem casca; e possui um sabor suave e amanteigado. A procura, no Brasil, por produtos derivados de leite de cabra com probióticos tem sido crescente nos últimos anos.
Foto: Ricardo de Oliveira
Saúde Animal: UNESP desenvolve vacina contra mastite bovina
O estudo que resultou na vacina teve início há cerca de dois anos e é fruto da colaboração entre os Departamentos de Tecnologia e Medicina Veterinária Preventiva e Patologia Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (UNESP).
A mastite bovina é uma das principais doenças do gado leiteiro, causando grandes prejuízos econômicos. É caracterizada pela inflamação da glândula mamária ou úbere (ver foto), que pode ser de origem infecciosa (contagiosa) ou não (ambiental).
Essa enfermidade pode ser dividida, de acordo com sua sintomatologia, em clínica e subclínica. A mastite clínica é caracterizada por sintomas inflamatórios, com alterações no úbere (calor local, inflamação, dor e rubor), além de alterações no leite (mudança de cor, presença de grumos e coágulos de sangue).
A mastite subclínica não apresenta sintomatologia visível, porém pode ser detectada pelo teste “Califórnia Mastitis Test” ou CMT, como é comumente conhecido; além disso, pode ser realizada a contagem de células somáticas (CCS) para sua detecção.
Apesar de não ter sintomatologia visível, a mastite subclínica acarreta alterações no leite, diminuindo sua qualidade e queda na produção.
Fonte: UNESP
Nutrição animal: Tereos lança dieta pronta para alimentação de bovinos
Localizada em São Paulo, a Tereos, empresa que opera em vários setores industriais, entre eles o de nutrição animal, desenvolveu e lançou no mercado um novo produto: tapigold, uma dieta preparada para a nutrição de bovinos.
A fórmula é resultado da mistura de derivados de milho e de mandioca, desenvolvida a partir da consultoria de nutricionistas e zootecnistas especializados em ruminantes (principalmente bovinos).
De acordo com a empresa, o produto foi testado em campo com um rebanho de cem cabeças de gado e proporcionou um ganho de peso de 1,6 quilo por dia por animal.
Para a fabricação da dieta, a Tereos ampliou a unidade de Palmital, no interior de São Paulo, que agora passou a ter uma fábrica exclusiva para a produção do novo produto.
“Com alto valor proteico, tapigold apresenta um excelente custo-benefício para pequenos e médios produtores”, explica Rodrigo Fortunatto, diretor de operações da Tereos.
Foto: Tereos
Pescadoras testam com sucesso armadilha sintética (feita em PVC) para captura de camarão de água-doce no Amapá
A pesca artesanal de camarão de água-doce na foz (desembocadura) do rio Mazagão, no sul do Amapá, passou a contar com uma inovação que contribui para a sua sustentação como atividade econômica naquela região: o uso do matapi sintético. Matapi é uma armadilha em formato cilíndrico, cujo modelo tradicional é feito com tala de palmeiras e precisa de mão de obra para a coleta e tratamento dos cipós.
Já a versão sintética é fabricada em PVC e mantém os mesmos formato e estrutura do tradicional e apresenta vantagens em duas frentes. Por um lado, o pescador passa a capturar camarões padronizados, no tamanho adequado para a comercialização, e seu uso poupa as palmeiras que servem de matéria-prima para a confecção do matapi tradicional.
Desenvolvido por pesquisadores do núcleo Amapá da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o matapi sintético apresenta vantagens, como mais facilidade e menor custo de fabricação e maior durabilidade. Enquanto a armadilha feita de palmeira dura em média três meses, a sintética tem vida útil de cinco anos. A inovação também proporciona captura de animais de tamanho uniforme, resultando em aumento de renda para o pescador.
A novidade é resultado de testes de uso realizados pelo núcleo Amapá da Embrapa com pescadoras da Associação das Mulheres Produtoras Agroextrativistas da Foz do Rio Mazagão Velho (Ampafoz) e pescadores de comunidades de Santana, localidades próximas ao estuário do rio Amazônia. “Os estudos tiveram como base a eficiência de captura, a durabilidade, facilidade de manuseio, facilidade de construção e levamos em consideração também o custeio de manutenção e de uso pelos pescadores”, explica o pesquisador da Embrapa Jô de Farias Lima.
Foto: Daniel Montagner
Cana-de-açúcar pode servir de alimento para cabras leiteiras, demostra estudo da UNESP
Um estudo da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em São Paulo, demonstrou que o uso da cana-de-açúcar na alimentação de cabras pode ser tão eficaz quanto o emprego da tradicional silagem de milho (alimento preparado e conservado em silo). “O resultado representa uma alternativa mais barata e ideal para pequenos produtores”, garante o autor do estudo, o zootecnista Gil Ignácio Lara Canizares.
A silagem de milho é uma fonte rica em proteína, carboidrato e pode ser armazenada por longos períodos. Sua aquisição, porém, é considerada cara e sua produção é sazonal (ocorre em determinados períodos do ano) e requer uma ocupação mais extensa do solo.
Já a cana-de-açúcar pode ser produzida em épocas críticas de cultivo de alimentos por ser adaptada ao tempo seco, além de ser largamente difundida no país. Assim, ela ajuda a estabilizar a produção leiteira ao logo do ano.
Apesar disso, é considerada um alimento desbalanceado para alimentação animal porque, embora tenha alto índice de carboidrato, tem baixo teor de proteínas e minerais. Por isso, na pesquisa, o zootecnista usou ureia para elevar o teor de proteína da dieta que continha cana e adicionou suplemento para corrigir a deficiência de minerais.
De acordo com Gil, o barateamento dos custos de produção de caprinos é fundamental para a expansão do setor. “E sem a diminuição das despesas, fica muito difícil para o pequeno produtor participar desse mercado, garante”
Fonte: UNESP
Bovinos: sêmen refrigerado eleva taxa de prenhez em 20% em comparação ao congelado
A conclusão é resultado de uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), através do núcleo Pantanal (MS), e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), ligada à Universidade de São Paulo. A pesquisa teve por fim identificar possíveis vantagens do uso de sêmen refrigerado comparado ao congelado.
Os pesquisadores fizeram uso do sêmen refrigerado dentro de um programa chamado de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e chegaram à conclusão que esse método proporciona maiores taxas de prenhez. A IATF promove a sincronização da ovulação das fêmeas bovinas após a administração de medicamentos em dias predeterminados.
Segundo a pesquisa, após avaliação das vacas inseminadas, identificou-se um aumento em torno de 20% nas taxas de prenhez. Esse aumento ocorreu por causa da preservação da membrana plasmática do espermatozoide, que sofre variações menores de temperatura em relação ao congelado, aumentando sua viabilidade.
A pesquisa da Embrapa/ESALQ consistiu na coleta de sêmen de três touros melhoradores em uma propriedade que fica próxima a Corumbá (MS); o material (refrigerado a cinco graus) foi transportado de avião até outra fazenda localizada no mesmo estado. Após 24 horas foi usado na inseminação das fêmeas.
Para análise, comparou-se cerca de 400 bovinos submetidos a estas condições. Outras 400 vacas foram inseminadas por meio de protocolos regulares usando sêmen congelado dos mesmos animais. Segundo os pesquisadores da Embrapa, a taxa de prenhez obtida com o sêmen refrigerado foi de 59,9%. Já a do sêmen congelado foi de 49,9%.
Foto: Eraxion – iStock
Embrapa recomenda a criadores adoção de critérios para manter competitividade das granjas produtoras de ovos
Isolamento da área de produção, instalação de telas, uso de um único acesso às granjas e áreas de desinfecção na entrada são algumas das ações recomendadas por pesquisadores do núcleo Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para que a produção de ovos fique livre de doenças e possíveis contaminantes. Essas ações são importantes para a qualidade e segurança da produção, para a viabilidade econômica e para a garantia da competitividade das granjas de postura comercial.
Segundo a pesquisadora Sabrina Castilho Duarte, a adoção de medidas que fortaleçam a sanidade na produção permite a obtenção de um produto seguro, não apenas quanto à saúde do plantel, mas também para evitar danos à saúde dos consumidores, fortalecendo assim a competitividade da produção. “Essas medidas devem ser adotadas em todo o ciclo de produção”, enfatiza Sabrina.
Foto: Sabrina Castilho Duarte
Método inédito calcula ganho econômico de rebanhos bovinos com melhor genética
Técnica lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares traz cálculo inédito que indica quanto o pecuarista obterá de ganho extra pelos filhos de reprodutores com melhor genética. Dessa forma, fica mais fácil enquadrar os rebanhos bovinos em programas de carne premium (oriunda de cortes de animais selecionados).
O método (chamado de Índice Bioeconômico de Carcaças (IBC) é uma fórmula que, aplicada nos programas de melhoramento genético, identifica os touros capazes de gerar descendentes que produzam carne de alta qualidade.
O IBC apresenta uma perspectiva inédita para o melhoramento genético de bovinos no Brasil, uma vez que seleciona os animais e já informa o quanto esse incremento pode render economicamente para o produtor quando for feita a venda do animal para o frigorífico.
A Associação Nacional de Criadores “Herd-Book Collares é responsável pela coleta, estruturação e manutenção da base de dados formadora do Arquivo Zootécnico Nacional, que reúne várias raças bovinas de origem europeia e seus cruzamentos por delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Foto: Fagner Almeida
Cooperativa cria e lança rações com tamanho de grão adequado para tilápia e lambari
Com o objetivo de atender à demanda dos associados e clientes, a Integrada Cooperativa Agroindustrial, localizada no Paraná, desenvolveu e lançou no mercado duas novidades na sua linha de rações para peixes.
A rações foram desenvolvidas para tilápia e lambari. Elas possuem a mesma espessura (1.8 milímetros), mas tem teores de proteína diferentes: para o primeiro peixe: 36% e para o segundo (30%.
O médico veterinário da Cooperativa, Elder Buck, explica que até 2018 a menor ração era de 3 mm, que não atende à demanda de peixes no começo de sua fase de desenvolvimento.
Elder esclarece que o peixe na fase de alevino (filhote) não consegue comer um grão de 3 mm. O uso desse tipo de ração em animais muito pequenos pode aumentar os índices de mortalidade no tanque de criação.
Foto: Integrada Cooperativa Agroindustrial (Paraná)
UFLA: bagaço de cana adicionado à alimentação de bovino com grão de milho inteiro faz o animal ganhar mais peso
Essa foi a conclusão a que chegou o professor Márcio Machado Ladeira em pesquisa realizada no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), localizada na cidade do mesmo nome em Minas Gerais.
De acordo com o professor Márcio, a alternativa é indicada para os casos em que os produtores conseguem o milho a um preço acessível. A dieta de grão inteiro mantém uma boa eficiência alimentar dos animais.
Nesse caso, acrescentar o bagaço de cana como fonte de fibra permite aumentar também o ganho de peso e pode substituir 6% da quantidade de grão inteiro utilizada nas dietas.
Essa medida também ajuda a reduzir os custos da ração em 7% a 10%, conforme mostrou um trabalho recente da (UFLA).
De acordo com o professor Marcio, a pesquisa mostrou, ainda, que houve um incremento de 7% a 24% no ganho de peso diário dos animais, dependendo da raça, em comparação com o lote testemunha (sem bagaço de cana), por causa do aumento no consumo de matéria seca (sem umidade) e da melhoria do metabolismo do rúmen.
Foto: Arquivo/UFLA
Embrapa emprega com sucesso técnica rara de coleta de embriões em ovinos
A primeira coleta não-cirúrgica de embriões em ovinos da raça brasileira Morada Nova empregada com sucesso (foto) foi realizada no núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os principais benefícios proporcionados pela técnica são segurança em relação à vida do animal e recuperação rápida.
A técnica mundialmente utilizada para a coleta de embriões em ovinos é a cirurgia. “No entanto, ela apresenta muitos riscos para o animal, como a ocorrência de sequelas”, diz o pesquisador Jeferson Fonseca do núcleo Caprinos e Ovinos da Embrapa.
Como doadoras, foram selecionados animais em excelente estado reprodutivo e nutritivo, dentro do padrão da raça Morada Nova, A transferência foi realizada em 36 receptoras (barrigas de aluguel) ,também daquela raça.
Segundo a professora da Universidade Federal Fluminense Joanna Souza Fabjan, que participou da pesquisa da Embrapa, o uso de fêmeas geneticamente superiores como doadoras de embriões contribui para acelerar os processos de seleção e melhoramento genético. E explica:
“A técnica de coleta de embriões possibilita que uma doadora (melhor geneticamente) produza muito mais crias durante sua vida produtiva. Por exemplo, uma doadora pode, em média, gerar de cinco a seis embriões por coleta, que pode ser repetida mensalmente, no caso da via não cirúrgica. Ou seja, ela pode ser responsável por gerar cerca de 20 crias em um ano”.
Embrapa cria coletor de ovos que reduz as perdas na avicultura familiar no Nordeste brasileiro
Um coletor que protege a produção de ovos dos predadores – como cobras, cães, o pássaro canção e o lagarto teiú – está melhorando os resultados da avicultura familiar no Nordeste brasileiro. Desenvolvido pelo núcleo Meio-Norte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) o coletor, que já é conhecido como “piano de galinheiro”, devido à semelhança com o instrumento musical, está mudando o perfil da produção de ovos caipiras de cinco municípios do Piauí e de um do Maranhão.
“A ideia surgiu da necessidade de se encontrar uma solução para o grande índice de perda de ovos após a postura das aves, que chegava a mais de 50%”, revela o biólogo Marcos Jacob Almeida, que desenvolveu o coletor e integra a equipe que trabalha na conservação da galinha Canela Preta do projeto, liderado pelo núcleo Suínos e Aves da Embrapa. Hoje, praticamente não há perdas. O coletor já está sendo usado em 49 municípios do Piauí, Ceará, Maranhão, Bahia e Pernambuco.
Foto: Fernando Sinimbu